Já falamos por aqui sobre a Vitamina D e seus inúmeros benefícios para o corpo. O ponto mais comentado atualmente é sobre sua ação para o fortalecimento do sistema imunológico. Hoje, vamos falar sobre a atuação desta substância perante doenças autoimunes.
Primeiro de tudo, precisamos entender o que são doenças autoimunes, como o sistema imunológico funciona e como ele se comporta quando o indivíduo possui alguma doença autoimune.
O que é imunidade?
Imunidade é a capacidade do nosso organismo nos proteger contra agressões que podem levar a doenças. É o mecanismo que o corpo ativa em resposta a invasores que tentam causar danos. O sistema imunológico é o responsável por desencadear esse processo de defesa, reagindo aos ataques de bactérias, vírus e outros microorganismo e mantendo, assim, o equilíbrio e bom funcionamento do corpo.
Essencial para a defesa do organismo, a imunidade atua contra diversas doenças causadas por agentes químicos ou biológicos. Além de proteger e evitar o surgimento de doenças, a imunidade pode impedir que uma doença progrida, assim como também pode evitar o desencadeamento de doenças autoimunes.
Para que o corpo consiga se defender, a resposta imunológica precisa ser adequada e, para isso, é preciso ter uma boa imunidade, o que pode ser otimizado com uma rotina saudável, incluindo boa alimentação, hidratação, prática de atividades físicas e gestão do estresse.
O contrário disso pode contribuir para o mau funcionamento do organismo, levando à uma baixa imunidade, o que deixa o organismo vulnerável.
Doenças autoimunes
Quando o sistema imune funciona de forma inapropriada, ele acaba produzindo anticorpos que atacam o próprio organismo, o que resulta em uma doença autoimune. Vários motivos levam o nosso corpo a confundir suas próprias proteínas com agentes invasores, causando o ataque a células saudáveis. Resumindo, as doenças autoimunes são geradas pelo mau funcionamento do sistema imunológico.
Existem mais de 50 doenças autoimunes, as mais conhecidas são: lúpus, artrite reumatoide, doença de Crohn, vitiligo, psoríase, diabetes tipo 1, esclerose múltipla, doença celíaca, tireoidite de Hashimoto e síndrome de Sjögren.
Uma doença autoimune pode ser desencadeada por inúmeros fatores, muitos inclusive possuem causa desconhecida, e a deficiência da vitamina D está associada à maior vulnerabilidade a reações autoimunes.
Vitamina D e as doenças autoimunes
A vitamina D pode ser um aliado no tratamento de condições autoimunes. No geral, a vitamina D atua no aumento da imunidade inata associada a uma regulação variada da imunidade adquirida. Seu uso pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de doenças autoimunes, assim como pode ser usado no tratamento dessas doenças.
Para impedir uma resposta autoimune, a vitamina D regula as células brancas do sangue (Th1 e Th2), evitando que elas ataquem as células e tecidos do seu corpo e causem uma resposta autoimune.
Vários estudos mostraram que a deficiência de vitamina D, além de ser um fator que incentiva o desenvolvimento de doenças autoimunes, também pode intensificar a gravidade, atividade dessas doenças e até prolongando sua permanência.
Em 2013, um estudo randomizado controlado por placebo, analisou a ingestão de 2000UI por dia de vitamina D, por 12 meses, em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico. O resultado foi a redução das atividades da doença e a melhora dos níveis de marcadores inflamatórios e hemostáticos.
Os pesquisadores relataram que os ótimos resultados podem ter sido devido à capacidade da vitamina D de expandir as células reguladoras e a capacidade de reduzir a frequência de células Th1, Th17, linfócitos B e autoanticorpos.
Pesquisas feitas de forma experimental, mostraram efeitos benéficos na reposição da vitamina D com ação no sistema imunológico. Dos poucos estudos realizados em humanos, foi possível notar efeitos positivos na suplementação em relação a doenças autoimunes e redução de sintomas quando pré-existentes (ALVES et al., 2014).
Suplementar vitamina D pode ser muito eficaz tanto na prevenção quando no tratamento de doenças autoimunes. Para isso, é preciso acompanhamento médico para adequada avaliação e prescrição individualizada.
Este artigo tem objetivo meramente informativo e não substitui a consulta a um profissional da saúde habilitado.
Referência:
https://doi.org/10.1590/S0482-50042010000100007
drzembroski.com
justinhealth.com
https://longevidadesaudavel.com.br/
DOI: 10.21877/2448-3877.201800686
https://doi.org/10.24302/sma.v3i2.542
https://bjnephrology.org/wp-content/uploads/2019/11/jbn_v22n3a04.pdf